Faleceu a bebê de apenas três meses que estava internada em estado grave no Hospital Infantil de Vitória após ser vítima de maus-tratos. A criança deu entrada na unidade de saúde no último dia 19, apresentando desnutrição severa, deformidade craniana, hematomas no olho e mordidas pelo corpo. A confirmação da morte foi divulgada nesta terça-feira (24) pela Polícia Científica, e o corpo foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) para exames.
O caso chocante aconteceu na Serra e levou à prisão do pai da menina, de 22 anos, que foi autuado por maus-tratos majorados e corrupção de menores. A mãe da criança, uma adolescente, também foi responsabilizada e está sendo investigada. Os nomes dos envolvidos, assim como o bairro onde residem, não foram divulgados, em conformidade com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Ecriad), que protege a identidade de menores de idade.
Relembre o caso
A bebê foi levada pela mãe à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Castelândia, na Serra, onde assistentes sociais notaram sinais claros de violência e acionaram a polícia. Diante da gravidade da situação, a criança foi imediatamente transferida para o Hospital Infantil de Vitória.
Durante o atendimento médico, a mãe apresentou versões contraditórias sobre as possíveis agressões sofridas pela bebê. Em uma primeira versão, ela negou qualquer queda da criança, mas posteriormente alegou que a menina teria caído do sofá. A pediatra responsável pelo caso informou que as declarações da mãe eram confusas e inconsistentes.
A Polícia Militar conduziu ambos os pais à Delegacia Especializada do Adolescente em Conflito com a Lei (Deacle), em Vitória. A adolescente, que também apresentava sinais de agressão, como hematomas no olho e arranhões, afirmou que os ferimentos teriam sido causados acidentalmente por uma panela e por ela mesma.
O pai da criança foi autuado em flagrante com base na Lei Henry Borel (Lei 14.344/22), que trata de crimes contra menores de 14 anos. Ele permanece preso no Centro de Triagem de Viana (CTV), conforme informado pela Secretaria de Estado da Justiça (Sejus).
A morte da bebê levanta mais uma vez a urgência de atenção e combate aos casos de violência doméstica e maus-tratos infantis, alertando para a necessidade de suporte familiar e monitoramento das condições de crianças em situação de risco.