Nesta quarta-feira (2), uma operação da Polícia Civil resultou na apreensão de 428 garrafas de azeite de três marcas diferentes, comercializadas em dois supermercados da Grande Vitória, um em Cariacica e outro em Vila Velha. De acordo com a Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), o produto, ao invés de ser o legítimo azeite extraído da azeitona, apresentava textura e cheiro semelhantes ao de óleo com essência de azeite. A venda dos itens foi imediatamente suspensa.
Uma das marcas já estava proibida de ser comercializada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde a semana anterior. A ação foi realizada em parceria entre a Decon e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
“As outras duas marcas foram produzidas no mesmo local e há suspeita de que sejam da mesma empresa. Como os fabricantes não se identificam corretamente, não é possível determinar a origem exata dos produtos”, afirmou Eduardo Passamani, titular da Decon.
Além dessas marcas, outras quatro com indícios de adulteração também foram recolhidas para análise. Esses produtos serão enviados ao Mapa, em Brasília, para uma avaliação detalhada. O delegado explicou que os adulteradores utilizam uma estratégia para escapar da fiscalização: oferecem preços baixos e distribuem os produtos em redes menores, dificultando a detecção.
“O preço é o principal sinal de alerta. O valor médio do azeite de qualidade no mercado gira em torno de R$ 40, enquanto os produtos adulterados estavam sendo vendidos por cerca de R$ 26 a R$ 28. Não existe milagre. Se a média de preço de mercado é uma e o produto é oferecido por um valor muito abaixo, é um indicativo de fraude”, destacou o delegado.
Com a apreensão, será iniciada uma investigação para apurar a responsabilidade dos supermercados por vender produtos proibidos pela Anvisa. O delegado orientou que consumidores que tenham adquirido o azeite devem retornar ao estabelecimento e exigir a troca do produto. Caso o pedido seja negado, a recomendação é procurar o Procon para registrar uma reclamação.
A operação ressalta a importância da vigilância dos consumidores sobre os produtos que adquirem, especialmente quando os preços parecem muito abaixo da média do mercado.
Foto: Polícia Civíl