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Vale a pena assitir: Documentário Capixaba sobre o Congo e o Rio Jucu estreia online

Foto: Weber Cooper

Foto: Weber Cooper

Foto: Weber Cooper

Após uma trajetória que incluiu exibições presenciais na Barra do Jucu e em Cachoeiro de Itapemirim, o documentário “Corpo-Jucu”, dirigido pelo artista e coreógrafo capixaba Weber Cooper, estreia online. A produção, que mergulha nas águas e histórias do Rio Jucu, explora as conexões entre a arte, o meio ambiente e as tradições culturais do Espírito Santo.

Cooper, que há anos desenvolve pesquisas sobre os rios capixabas, reforça a importância de integrar a arte com o território.

“Reconheço cada vez mais a potência e a necessidade de um fazer artístico conectado com cada território e seus diversos atores, sejam humanos ou não-humanos. Essa abordagem promove uma experiência sensível, movimenta o debate e expande as possibilidades tanto da linguagem cinematográfica quanto do viver”, afirma o diretor.

O projeto, realizado com o apoio do Edital de Artes Cênicas da Secretaria da Cultura (Secult), teve início em março de 2024, com uma Residência Artística que envolveu a comunidade ao redor do Rio Jucu. Durante esse período, bailarinas como Abayomi, Gracielle Monteiro e Jordan Fernandes participaram ativamente, trazendo suas presenças e expressões corporais para o desenvolvimento da obra.

Cooper explica que o trabalho foi uma colaboração intensa: “As bailarinas trouxeram a corporeidade e a presença, enquanto eu provocava situações e coreografava, desde a residência até o material videográfico”. A proposta foi, assim, uma fusão entre a dança e o ambiente natural.

Além disso, a residência contou com a pesquisa em Ecoperformance e estudos aprofundados sobre o Congo Capixaba, conduzidos por Marina Vieira Sampaio, filha de Dona Dorinha, integrante da tradicional banda de congo Tambor Jacaranema. As práticas envolveram dança e musicalidade com o objetivo de entender o ritmo do congo e utilizá-lo na construção de presença.

Para Abayomi, a experiência foi transformadora. “Depois dessas vivências, eu sei que carrego comigo uma força maior neste corpo. Refleti sobre minha ancestralidade, os cuidados com o planeta e com o nosso corpo. Conhecer a história do Rio Jucu foi emocionante, porque eu não sabia da importância e da força desse rio, que é um verdadeiro ser ancestral”.

O Rio Jucu, protagonista da narrativa, é o principal curso d’água de Vila Velha e da região metropolitana de Vitória, abastecendo 25% da população do estado. Sua bacia hidrográfica atravessa municípios como Domingos Martins, Marechal Floriano, Viana, Cariacica e Guarapari, tornando-se um símbolo de resistência e vitalidade.

Com a estreia online, o documentário “Corpo-Jucu” promete ampliar o alcance de suas reflexões, abrindo novos diálogos sobre a intersecção entre o meio ambiente, a cultura e a arte no Espírito Santo.

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